quarta-feira, 13 de julho de 2011

Boechat e a UNE

Hoje pela manhã estava ouvindo Ricardo Boechat na rádio BandNews comentando notícias do dia, em especial, sobre a UNE (União Nacional dos Estudantes). Achei relevante e, resolvi publicar este post sobre o assunto.


Ele falava sobre a sua experiência como aluno secundarista em pleno golpe de 64, momento de repressão e desrespeito aos direitos humanos. Dizia que naquele período os estudantes eram contrários ao regime. Apesar das divergências ideológicas entre os jovens, a maioria tinham a Ditadura como inimigo em comum. Segundo Boechat, a juventude da época era extremamente atuante, cheios de sonhos e utopias, bem diferentes das atuais. Os jovens "conspiraram" contra aquele governo, muitos pagaram o preço com a vida, é verdade. Mas organizados, saíram as ruas para tentar mudar àquela realidade.


Mas por que o Boechat falou sobre esse assunto?
É porque O Globo de hoje (13/7), noticiou que a UNE vai realizar seu 52° Congresso com patrocínio de empresas Estatais, e o evento deve gerar um custo estimado de 4 milhões de reais.


O âncora da Band acrescentou que os líderes da UNE de hoje são definitivamente "pelegos" (termo dado aos metalúrgicos que apoiavam a Ditadura) estudantis. Que abdicaram da autonomia e independência como instituição, em troca de regalias e influência junto ao governo.


Apesar de não ter participado do período mencionado por Boechat, acredito também que merecemos uma UNE mais autônoma, crítica e atuante às políticas educacionais adotadas pelo Governo. Não devemos nos contentar apenas com meias-entradas em cinemas, teatros e universidades.


Existem inúmeras prioridades a serem conquistadas: o programa pedagógico está ultrapassado, o dinheiro da educação é usado para pagar superavit primário (dívida pública), instituições privadas de ensino universitário faturam bilhões com o PROUNI, sem nenhuma obrigação de investir em qualidade.


Como Paulo Freire, acredito que a educação tem a função de contribuir na formação da consciência, coisa que nenhum governo está disposto a fazer de verdade.

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