segunda-feira, 13 de junho de 2011

Admirável homem novo

É quase impossível viver hoje sem os mimos da tecnologia, cada vez mais presentes em nosso dia a dia, ao ponto de nos tornamos escravos dela. O trabalho é o motor deste processo escravista, que a cada instante necessita de inovações e que exige de nós comprometimento quase integral.

O dia começa com atraso no trabalho. Tudo acontece de forma apressada. Fumar, dá um certo alívio, mas não vai muito além. A todo instante há a tentativa de se convencer de que tudo está bem, mas não está. No trânsito, uma simples buzina altera o ânimo, capaz de proporcionar brigas ou morte por pura futilidade. O tempo parece cada vez mais encolhido, os dias passam acelerados.

Por enquanto os prejuízos ainda são indiretos, acontecem no âmbito psicológico e nas questões ambientais, este segundo nos parece estar longe da realidade urbana. Nunca na história da humanidade o ser humano foi submetido a tantas atividades como nos dias de hoje. São as exigências para alcançar o tão desejado “sucesso” profissional e, automaticamente, o sucesso pessoal também.

Talvez a ficção não esteja tão longe da realidade
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Não é preciso de pesquisas para identificar o aumento relevante do uso de drogas licitas e ilícitas neste século. O prazer segue a lógica da eficiência e da instantaneidade do sistema produtivo, para isso existem todo tipo de “receita”; têm aquelas mais direcionadas a ansiedade, como o café, álcool e cigarros. Existe também as que proporciona fuga total, como a maconha e crack. Isso nada mais é do que fugir da realidade. Mas por que fugir? Fugir do quê?

Da mesma forma que estamos começando a perceber que exigir da Natureza mais do que ela pode prover é prejudicial à saúde humana e crime; também devemos entender que o Homem têm limites físicos e psicológicos naturais que devem ser respeitados também.

No livro, Saber Cuidar, de Leonardo Boff, ele aborda perfeitamente esse conceito que “tudo faz parte de um todo”, de que a nossa ligação com a Natureza não é meramente da exploração dos seus recursos, mas sim parte orgânica, cooperativa e dependente de um complexo sistema cósmico.

Talvez as multitarefas, o bombardeio de informações, as poucas horas de lazer e as diversas horas de trabalho estejam nos transformando em máquinas. Mas diferente das máquinas, nós erramos, e os erros estão cada vez mais presentes  e evidentes.

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